terça-feira, 13 de novembro de 2007

Morte de iraniana levanta polêmica sobre "leis moralizantes

12/11/2007 - 20h45


da Ansa, em Teerã - Folha de São Paulo

A recente morte de uma jovem médica que tinha sido presa por "desrespeito à moral islâmica" despertou a reação da imprensa crítica ao governo. Segundo a versão oficial, questionada pelos jornais reformistas e por um deputado, Zahra Bani-Ameri teria se suicidado na prisão.

A jovem, recém-formada em medicina, foi detida por policiais porque estava em um parque em companhia de um rapaz. O episódio aconteceu no âmbito de uma campanha oficial para reforçar as punições contra os comportamentos considerados contrários à "moralidade", segundo uma nova lista de proibições sobre vestimentas femininas em vigor no país.

A morte de Zahra aconteceu em 13 de outubro último no centro policial de Hamadã, no oeste do Irã, onde ela prestava serviço em áreas carentes.

Segundo o deputado Hamid Haji-Babai, citado pelo site ASR-Irã, Zahra morreu no segundo dia de detenção. "Sua prisão foi incorreta e injustificada e eu continuarei a seguir o caso para esclarecer isso que eles definiram como 'suicídio'".

Dez dias após a morte da médica, os estudantes da Universidade Avicena de Hamadã pediram às autoridades explicações sobre a morte de uma jovem em uma manifestação.

Segundo a imprensa reformista, os pais de Zahra teriam a intenção de pedir assistência legal da advogada Shirin Ebadi, ganhadora do prêmio Nobel da Paz.

Ao mesmo tempo, a polícia iraniana advertiu que continuará a campanha "moralizante" iniciada em abril último. Entre outras coisas, é "vetado às mulheres sair à rua usando, ao invés do véu, chapéus ou xales que não cubram completamente o pescoço e a cabeça".

As novas leis iranianas dizem respeito também aos homens, que são proibidos que "vestir modelos corruptos ocidentais, exibindo o nome de marcas ou símbolos proibidos", ou seja, grupos de música ocidentais de rock e rap, atualmente populares entre jovens iranianos.

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